O Hexa é nosso!
Batíamos no peito esse orgulho de ser brasileiros. De sermos penta e disputando
a Copa em nossa casa, conquistar o hexa seria moleza.
Passamos fácil
pela Croácia (3x1), empatamos com o México (0x0), vencemos Camarões (4x1) e
chegamos nas oitavas.
Pegamos o
difícil Chile e no sufoco ficamos no 1x1 que nos levou à prorrogação e aos
pênaltis. 3 a
2 para o Brasil. Parabéns para Julio César que defendeu dois, para a trave que
defendeu outro. A trave já havia nos salvado no último momento da prorrogação.
Com
isso chegamos às quartas de final e a Colômbia de James Rodríguez surgia como
aposta negativa para muitos de nós. Brasileiros com muito orgulho derrotamos
aquela seleção até então invicta por 2x1. Claro que nem tudo foram flores.
Naquele jogo herdamos um segundo cartão amarelo para Thiago Silva e Neymar que
sofreu grave lesão na terceira vértebra e deixou definitivamente a Copa,
Semifinal.
França ou Alemanha? Deu Alemanha que assim como o Brasil também acumulava um
empate, com a diferença em ter empatado (2x2) com uma seleção de pouca
tradição, Gana. Uma seleção que não conseguiu nenhuma vitória na fase de
grupos.
Assim
começávamos a desenhar nosso futuro, uma final contra a Laranja Mecânica,
Holanda, ou com los hermanos argentinos.
Sonhos não são
proibidos, sonhar é preciso, vencer não é preciso. Para nos, os mais de
duzentos milhões de brasileiros, era. Estávamos jogando em casa e precisávamos
recuperar o que perdemos em 1950 quando a final da Copa no Maracanã deu a
vitória ao Uruguai.
Ponta pé inicial.
Expectativas. Time escalado por Felipão com algumas novidades que não valem ser
repetidas aqui, só tomariam espaço. Espaço que não tomou em campo. O Brasil, perdia e
recuperava constantemente a bola que era jogada em espaço vazio, como a nossa
zaga.
Foi então que
aos dez ou 11 minutos o nosso sonho e o nosso grito começavam a calar com o
primeiro gol da seleção alemã. Viriam outros. Numa divisão de tempo pode-se
dizer 5 gols num espaço de 18 minutos, quatro deles em seis minutos... enfim o
trecho da canção “De gol em gol...” que nós cantávamos parecia ter sido feito
para eles, para os alemães que de gol em gol iam se descobrindo e descobrindo
ainda mais a nossa zaga, o nosso meio de campo, descobrindo e nos cobrindo de
gols. Mais dois no segundo tempo e um de Oscar para não dizer sete a zero, 7 a 1.
“Foi um
vexame!”, admitiu Galvão. “O maior vexame do futebol”, completou Casa Grande.
E o pessoal da
Band (Rede Bandeirantes de Televisão), atribuía tudo, tudo o que aconteceu para
aquela lamentável derrota ao nome Luiz Felipe Scolari (Felipão), e uma parcela
de culpa a Carlos Alberto Parreira e à comissão técnica.
E os mais de
duzentos mil brasileiros torcedores, a quem eles (também me incluo) atribuem
esse vexame histórico? A não presença de Neymar, à ausência da zaga, a falta de
mais um volante...
Em coletiva o
Felipão admitiu e tomou toda a culpa para si e disse “As lições que teremos que
tirar é sentar com o nosso grupo (...) e mostrarmos que foi um jogo atípico (...)
e sabermos como assimilar essa derrota”.
Gravei o jogo
e, não que eu seja masoquista (já sofri o bastante), quero tirar proveito e
rever várias vezes um trecho inédito na história das seleções e do futebol em
geral: “De gol em gol...”
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