sexta-feira, 16 de abril de 2010


PATRONO DOS ANARFAS

Desculpem-me amantes de Sidney Sheldon e Harold Hobbis. Pra tudo há limites e pra tudo tem leitores. Debrucei minha adolescência em Dostoiévski (Fiódor Mikhailovich Dostoiévski) e Máximo Gorki, pseudônimo do russo Aleksei Maksímovich Peshcov, mas tem nada não. Autores populares também devem ser lidos. Mas Paulo Coelho? Aí já é demais! Se auto-ajuda já é um saco, imaginem auto-ajuda para analfabetos!

Membro da Academia Brasileira de Letras, nosso bestseler é o patrono dos iletrados. Falo e provo. Tentei lê-lo e desisti em respeito a mim mesmo. Com certeza o Pasquale Cipro Neto concorda comigo. Creio que até o lingüista, que defende os menos privilegiados culturalmente, Marcos Bagno, também concorda.

Não é por menos! O pobre Raul Seixas partiu cedo e se foi não por ter nascido “há dez mil anos atrás...”, uma das pérolas escritas por Paulo Coelho. Cruzes! Se o “há”, por si só, já significa “faz”, o mesmo só se emprega em relação ao passado, e, se é passado só pode ser atrás, ora bola!

E o nosso imortal, que vive matando a nossa língua portuguesa, escreve uma coluna diária, de reflexão, no Portal de Notícias da Globo. Outro dia ele escreveu “Mensagem sobre Jô”. Não ia ler. A curiosidade me dominou. Paulo Coelho escrevendo uma mensagem sobre Jô Soares? Qual nada. Ele falava (tentava falar) sobre Jó, sobre o livro de Jó, da Bíblia. Pois é: nem sobre o livro santo o “ome” consegue escrever. Fico com Sidney Sheldon e Harold Hobbis. Grande abraço.


Carlos Alberto de Lima

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